A Ternura das Mulheres

São 03h52 m da madrugada de 8 de Março de 2008 e estou a ler o livro “O ultimo minuto da vida de S”, de Miguel Real. Confesso que o que me atraiu na compra deste livro foi o mesmo se basear na vida de Snu Abecassis e no romance vivido com Francisco Sá Carneiro. Apesar da admiração que sempre tive por Francisco Sá Carneiro, neste momento, reflicto se esta admiração será somente pelos ideais que defendeu ou também pela coragem que teve em assumir publicamente a sua paixão por Snu Abecassis.
Entretanto o meu pensamento vagueia e ocorre-me que hoje se comemora o dia Internacional da Mulher e lembro-me de ouvir, durante a tarde de ontem, que um estudo atribuía a Portugal o último lugar na tabela dos países que têm mulheres em cargos políticos. Será que podemos atribuir a “culpa” desta situação aos homens portugueses?
Ou seremos nós, enquanto mulheres demasiado permissivas? Afinal quem são os grandes responsáveis pelos salários mais baixos que algumas mulheres auferem para o mesmo trabalho? Pelos cargos de topo estarem na sua grande maioria nas mãos dos homens?
Infelizmente ainda são muitas as mulheres que vivem toda a vida submissas à vontade dos homens! No livro, que hoje leio, existe uma frase de Natália Correia que não consigo deixar de transcrever “A rosa mística que faz girar a humanidade, não pertence aos músculos dos homens, mas à ternura das mulheres – sede mulheres, fazei filhas às carradas, para mudarmos o mundo”.
Afinal, compete-nos a nós mulheres mudarmos a nossa situação, pois somos nós, na maioria das vezes, responsáveis pela educação dos homens enquanto nossos filhos, sendo que devemos incutir o respeito pela igualdade entre os géneros.
Apesar de considerar que o dia das mulheres é todos os dias, não posso deixar passar em branco esta data que representa todas as mulheres e as batalhas realizadas.
3 Vivas:
Viva o dia Internacional da mulher!
Vivam as mulheres que educam os seus filhos promovendo a igualdade entre géneros!
Vivam todos os homens que respeitam as mulheres e que têm a inteligência de as ouvir!
Argentina Marques, in O Sesimbrense, 18 de Março 2008

Comentários

Anônimo disse…
Em relação à Snu e Sá Carneiro trata-te da eterna questão, que os amores difíceis, são os mais apetecíveis, os mais duradouros, os mais intensos. Infelizmente este teve o desfecho que se conhece, mas muitos (anónimos) acabam por razões que ninguém sabe explicar, só porque são difíceis de aceitar... ou porque uma parte não consegue aceitar a outra.

Agora, no que diz respeito à segunda questão, prende-se com razões antropológicas, é uma "enculturação" que se pode atenuar, mas não é impondo quotas em determinadas actividades que se consegue a tão desejada igualdade. Tem que se conseguir ir mudando a cultura e isso leva gerações.

Bem haja.
Anônimo disse…
Olá Argentina

Li o seu artigo no "O Sesimbrense" e gostei muito.
Força continue em frente com as suas convicções.
Bem-haja.

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